Título: Uma luz que nos nasce por dentro
Autor: Virgínia do Carmo
Coleção: Lua Cheia
Género: Contos
Ano: 2011
ISBN: 978-989-8524-19-5
Formato: 16 x 24 cm
Páginas: 78
P.V.P.: 10,00 €
Do mais fundo chão que hoje me é chão, [a gelar-me os olhos] vejo um esboço de luz preso nos remoinhos da minha visão esboroada das paredes da sala, [a serem-me lençóis que me cobrem os sentidos que já não uso]. Tem estado sempre lá. Como sombra possível do vazio fragmentado. Como reflexo a espelhar o infinito invisível. Como se quisesse impedir a hipotermia dos meus olhos. Do meu peito. Sinto que me atravessa. Que me visita. De dentro para fora. Que me impede de morrer. Que me salva de uma maneira que me dói. De uma forma estranha e inconsistente. Porque sou agora esta quietude a mascarar a inércia. E só me reconheço no paradoxo do silêncio a crepitar-me sereno na superfície do tumulto da alma. No tropeço da ordem na confusão. Na indiferença do caos que me traga. Sílaba a sílaba. Memorizada na atmosfera nua de todos os meus sentidos. E aquele desenho etéreo de luz a ser-me companhia. A impedir-me de morrer. A salvar-me, de uma maneira que me dói. No patíbulo de todas as coisas que hoje me são coisas.
Autor: Virgínia do Carmo
Coleção: Lua Cheia
Género: Contos
Ano: 2011
ISBN: 978-989-8524-19-5
Formato: 16 x 24 cm
Páginas: 78
P.V.P.: 10,00 €
Do mais fundo chão que hoje me é chão, [a gelar-me os olhos] vejo um esboço de luz preso nos remoinhos da minha visão esboroada das paredes da sala, [a serem-me lençóis que me cobrem os sentidos que já não uso]. Tem estado sempre lá. Como sombra possível do vazio fragmentado. Como reflexo a espelhar o infinito invisível. Como se quisesse impedir a hipotermia dos meus olhos. Do meu peito. Sinto que me atravessa. Que me visita. De dentro para fora. Que me impede de morrer. Que me salva de uma maneira que me dói. De uma forma estranha e inconsistente. Porque sou agora esta quietude a mascarar a inércia. E só me reconheço no paradoxo do silêncio a crepitar-me sereno na superfície do tumulto da alma. No tropeço da ordem na confusão. Na indiferença do caos que me traga. Sílaba a sílaba. Memorizada na atmosfera nua de todos os meus sentidos. E aquele desenho etéreo de luz a ser-me companhia. A impedir-me de morrer. A salvar-me, de uma maneira que me dói. No patíbulo de todas as coisas que hoje me são coisas.